domingo, 2 de abril de 2017

Biografia de Eça de Queirós


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Escritor português, José Maria Eça de Queirós nasceu a 25 de novembro de1845, na Póvoa de Varzim, filho de um magistrado, também ele escritor, morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris. 

É considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, oprimeiro e principal escritor realista português, renovador profundo eperspicaz da nossa prosa literária.


Entrou para o curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu commuitos dos futuros representantes da Geração de 70,  então aglutinados emtorno da figura carismática de Antero de Quental.  acedeu às recentes ouredescobertas correntes ideológicas e literárias europeias: o Positivismo, oSocialismo, o Realismo-Naturalismo, sem, contudo, participar ativamente naque seria a primeira polémica dessa geração, a Questão Coimbrã (1865-1866). 

Terminado o curso, fundou o jornal O Distrito de Évora , em 1866, órgão noqual iniciou a sua experiência jornalística como redator. Colaborou ainda naGazeta de Portugal , onde publicou muitos dos textos - indiciadores de umanova estilística imaginativa - postumamente reeditados no volume das ProsasBárbaras  No final desse ano, formou-se o "Cenáculo", de que viriam a fazerparte, nesta primeira fase e além de Eça, Jaime Batalha Reis, Ramalho Ortigão,Oliveira Martins e Salomão Saragga, entre outros. 

Após uma viagem pelo Oriente, para assistir à inauguração do canal de Suezcomo correspondente do Diário Nacional , regressou a Lisboa, onde participou,com Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, na criação do poeta satânicoCarlos Fradique Mendes e escreveu, em 1870, em parceria com RamalhoOrtigão, o Mistério da Estrada de Sintra . 

No ano seguinte, proferiu a conferência "O Realismo como nova expressão da Arte", integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert Zola, com influência das doutrinas de Proudhon e Taine. No mesmo ano,iniciou, novamente com Ramalho, a publicação de As Farpas , crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa. 

Em 1872, iniciou também a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupariao cargo de  cônsul sucessivamente em Havana (1872), Newcastle (1874), Bristol(1878) e Paris (1888). O afastamento do meio português - onde  ia muito espaçadamente - não o impediu de colaborar na nossa imprensa, com crónicas e contos, em jornais como A Atualidade , a Gazeta de Notícias , a Revista Moderna , o Diário de Portugal , e de fundar a Revista de Portugal (1889),dando-lhe um critério de observação mais objetivo e crítico da sociedade portuguesa, sobretudo das camadas mais altas. Aliás, foi em Inglaterra que Eça escreveu a parte mais significativa da sua obra, através da qual se revelou um dos mais notáveis artistas da língua portuguesa. 

Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida noestrangeiro lhe permitiu, que concebeu a maior parte da sua obra romanesca,consagrada à crítica da vida social portuguesa, de onde se destacam O PrimoBasílio (1878), O Crime do Padre Amaro (2.ª edição em livro, 1880), A Relíquia(1887) e Os Maias (1888), este último considerado a sua obra-prima. Parte darestante obra foi publicada  depois da sua morte, cujo centenário seassinalou no ano 2000. 

Na obra deste vulto máximo da literatura portuguesa, criador do romance moderno, distinguem-se usualmente três fases estéticas: a primeira, de influência romântica, que engloba os textos posteriormente incluídos nas Prosas Bárbaras e vai até ao Mistério da Estrada de Sintra ; a segunda, de afirmação do Realismo, que se inicia com a participação nas Conferências doCasino Lisbonense e se manifesta plenamente nos romances O Primo Basílio e OCrime do Padre Amaro ; e a terceira, de superação do Realismo-Naturalismo,espelhada nos romances Os Maias , A Ilustre Casa de Ramires e A Cidade e as  Serras .



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