Aqui deixo um pequeno documentário sobre as Cronicas de Fernão Lopes
sábado, 23 de janeiro de 2016
Fernão Lopes
Era oriundo de família vilã. Em 1418 era guarda-mor das escrituras da Torre do Tombo, cargo que ocupou até 1454. Foi designado por D. Duarte para ser cronista do Reino, certamente a partir de 1434, mas possivelmente já desde 1419, função que desempenhou escrevendo as Cronicas de D. Pedro I, D. Fernando e D. João I, e talvez o que chegou até nós sob forma do que parece ser um rascunho das Crónicas dos Reis anteriores. Escrivão dos livros de D. João I e do Infante D. Duarte, secretario do Infante D. Fernando e tabelião de oficio, a sua obra como historiador beneficiou da experiência obtida em tais actividades e da facilidades de acesso a documentos que elas lhe proporcionaram. Uma cultura- que hoje chamaríamos " literária"- considerável ajudou-o a tirar o melhor partido dessas circunstancias. Três das suas características mais notáveis e inovadoras são: a noção da responsabilidade do historiador no estabelecimento da verdade e o consequente método de consulta exaustiva e aproveitamento crítico de documentos e outras fontes, procurando manter-se isento de favoritismos; a preocupação de esclarecer as diversas inter-relações existentes entre os elementos que formam a realidade; e a compreensão da importância dos factores psicológicos fenómenos históricos, que leva analisar com minúcia tanto os caracteres do mestre de Avis e de Leonor Teles como os comportamentos populares em grandes e pequenos conjuntos. O autor da Cronica de D. João I consegue destacar, conscientes ou fortuitos, motivos, reações e intenções que são preciosos indícios do quadro social, económico e cultural que podemos ter da época, para a qual a obra de Fernão Lopes permanece como a principal fonte de conhecimento.
Se, em Fernão Lopes, importa assinalar o valor insigne do historiador num período particularmente rico em acontecimentos dramáticos e intensamente visuais, não importa menos sublinhar a originalidade e grandeza do escritor: herdeiro de uma rica tradição medieval de romances e crónicas, Fernão Lopes, de modo nenhum desprezando o passado, introduz na nossa literatura uma escrita inovadora, fortemente audaz e metafórica, capaz, a um tempo, de nos fazer convir a movimentação cinematográfica de multidões em transe de modificar os destinos de um país ameaçado e de nos pintar, com uma minúcia revelador, os traços individuais dos comparsas de gabarito mais variado.
Obras principais: Cronica de D. Pedro I ( 1.ª ed., Lisboa, 1735); Cronica de D. Fernando ( 1.ª ed., Lisboa, 1816); Cronica de D. João I ( terminada depois de 1441, 1.ª ed., Lisboa, 1644)
Instituto Português do Livro (org.), Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol.I, Lisboa, Europa-América, 1985 (pp. 116-117)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Crise de 1383-85
-Crise dinástica
- 1383- morreu D. Fernando casado com D. Leonor Teles.
-D. João I casado D. Beatriz filha de D. Fernando
-D. João de Castro filho de D.Inês de Castro e de D. Pedro
-D. João Mestre de Avis filho de D. Pedro e de D.Teresa Lourenço.
A Crise de 1383-85 foi um período de guerra civil e anarquia na História de Portugal, também conhecido como Interregno, uma vez que não existia rei no poder. A crise começou com a morte do rei Fernando de Portugal, que não gerou herdeiros masculinos.
Apesar de as Cortes de Coimbra terem escolhido, em 1385, um novo rei, João I de Portugal, o rei João I de Castela não desistiu de tentar conquistar um novo reino para si e invadiu Portugal. O exército castelhano era muito mais numeroso mas, mesmo assim, foi derrotado na batalha de Aljubarrota graças à táctica inventada naquela altura à qual deram o nome de "táctica do quadrado" . Os exércitos portugueses foram comandados, mais uma vez, por Nuno Álvares Pereira, nomeado por João I de Portugal Condestável do Reino.
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